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Mostrando postagens de 2014

Represando o sentimento

Uma máscara surge aleatoriamente no meio da multidão, é o "V" de vingança. Resta saber: que vingança é esta? São estarrecedoras as razões distorcidas que frequentemente ignoram completamente a raiz de sua determinação. A política sempre foi um campo fértil para projeções. Quando alguém se enche de ódio ao falar de um político ou partido específico, o exagero e a exacerbação podem estar mascarando algo inversamente oposto ao discurso, usando o personagem como um veículo para canalizar frustrações de outra natureza. Algumas represas afetivas podem justificar silenciosamente tais respostas comportamentais. Por exemplo, quando se trata de sentimentos antagônicos ligados a uma figura de profundo vínculo afetivo (como uma figura materna ou paterna), a proximidade dessa evidência não permitiria um sentimento sequer parecido com ódio. O sentimento represado é então projetado na figura pública, pois nela as consequências psíquicas são de menor impacto. Nesse caso, a liberação propor

Eco

Navegando nas Ondas Contemporâneas: Entre a Toxicidade e a Individualidade No mundo contemporâneo, somos inundados por uma avalanche de ideias, sons e imagens, muitas vezes carregando conteúdos tóxicos. O sujeito imerso nesse cenário muitas vezes luta para escapar, pois é quase impossível ativar nossos sistemas naturais de filtragem em um estado de vigília constante. Essas experiências frequentemente se internalizam antes mesmo que possamos desejar evitá-las, ou que tenhamos a chance de impedir que se registrem em nosso eu. Um exemplo disso é quando mudamos de canal e nos deparamos com a imagem de um jornalista sendo decapitado. Não há escapatória imediata, mesmo que tentemos ignorar. A imagem já fez seu registro, transformando-nos em cúmplices, vítimas e algozes. Além da banalização da violência, algo mais sombrio começa a se desenrolar e nos afetar. A dificuldade reside em atribuir um significado que se encaixe em nosso processador interno. Quando conseguimos fazê-lo, grande parte

A Impregnação

Uma forma de contagio cultural, acontece por impregnação de imagens em conteúdos de noticias impactantes, compartilhadas em "real time" por milhares de pessoa, isto posto a qualquer área de cunho real ,imaginário  ou  simbolicamente significativa na Estrutura de Pensamento do sujeito,pode provocar respostas das mais surpreendentes consequências. Alba Regina/ Novembro de 2014

Multiplicidades

O conhecimento não pode mais ser monopolizado,e neste processo apesar de alguns bilhões de retardatários a mente humana começa se expandir fazendo uso de suas ferramentas de extensão,tais como as que o mundo virtual provê. Ainda precisamos aprender sobre as distorções deste caminho. Muitas buscas compulsivas e rasantes, o mergulho fica por conta do interesse pessoal, com isso uma especie de modulação programada vai se instaurando no complexo mental. Buscas seletivas vão criando uma sensação de pertencimento, destacando diferenças e multiplicidades. Alba Regina /Novembro 2014

O Eu Ai

Intrigante: O grande estar ai  da modernidade significativamente pode ser verificado em uma especie de  espelho refratário propiciado pelo "clic" de maquinas fotográficas, em um  instante afetivo do eu em self. Alba Regina 31/10/14

Sobre o poder da Conciência

Seria a Consciência o caminho mais seguro para validar nossas ações? Se a consciência por si,surgisse da mais pura observação ,poderia ser um dos  caminho,porem bem sabemos que ela é carregada de moral , de tatuagens culturais,cicatrizes empiricas , pulsões misturadas e primitivas,então ela por si só ,não pode ser bandeira para definir algo dessa monta

Morrer e continuar vivendo

- O que você acha de um dia morrer? - Morrer de verdade? - Suicídio pra ser mais especifico.. - Como assim? - Eu que fiz a pergunta, você responde, estou confuso e tenho duvidas sobre a morte,sobre o suicídio, - Quer se certificar, se a morte existe mesmo ou quer saber se tem vida após a morte? - É talvez seja isso.. - Hummm ta difícil, quero entender.. - Mas é eu que preciso entender melhor.. - A questão pode ser vista da seguinte forma, morrer e continuar vivendo ou é viver e continuar morrendo? você se vê em alguma dessas possibilidades? - Sim,queria morrer sem continuar nada,sem dor .. - E como seria se vivesse sem estar morrendo? - Não sei, nunca senti isso, sempre me senti morrendo, agora mais.. - Como acontece essa dor? - Ela esta ali, em cada movimento,em cada pensamento,a falta de sentido em tudo a torna cronica,silenciosa, cheia de sombra,algo que vai amortecendo as reações e acabando com a alegria.Uma dor que vem sozinha que não é convidada,qu

Origem dos Deuses

Eles não são seres ,não são pessoas,muito menos são coisas ou objetos possíveis. São nada mais e nada menos que sentimentos. Nascem no justo momento em que a primeira alegria ou a primeira dor acontece. Vão se desdobrando entre os prazeres sensoriais primitivos e a expressividade ,sendo esculpidos pela dúvida . Conforme a força  em que se apresentam causam tamanho espanto que não são reconhecidos em toda sua abrangência, muito menos o são percebidos   como   sendo um produto interno. Existem a partir do sujeito, sua cognição e a sua competência de racionalizar e nomear o mundo. Vão os Deuses se constituindo justapostos ao nosso  primeiro motor, aquilo que nos impulsiona para a vida, dai o surgimento do lugar  Deus ou  um efeito projetivo de uma suposta e externa ação melindrando e transvertendo uma fantasia de controle externo de um desejo para uma estrutura dogmática. Onde não ha resposta se promove o dogma,na insuportabilidade do vazio e da solidão que acomete o ser h

Analise do Filme "O PERFUME"

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O PERFUME - Analise filosófica.   Um filme recheado de detalhes sobre o super olfato do protagonista , eficiente em mostrar a personalidade perversa e impermeável de Jean Batptiste, muito bem interpretado por Ben Whishaw, que personifica um serial killer  , obstinado em  sorver o perfume das mais  belas moças,todas muito jovens,angelicais e virgens,verdadeiras flores a desabrochar ,que precisam ser colhidas no auge de sua pureza. Isso posto na  visão doentia e limitada do personagem, representado com muita agudeza em suas distorções, como espelho dos resquícios de uma cultura  medieval . Infelizmente,  são distorções  ainda bem próximas do imaginário contemporâneo, em que a pureza e a virgindade seriam sinônimas. Contextualizando o cotidiano e a cultura da França do Séc XVIII, mostra como a pobreza, a sujeira e o mal cheiro imperavam. Foi precisamente neste quadro social, que nasce Jean Batptiste,   entre cabeças e escamas de peixes. Seu primeiro grito pela vida  res